A expressão Guerras da Religião traduz-se nas lutas civis que envolveram a França num período conturbado durante 36 anos - de 1562 a 1598 - entre católicos e huguenotes (como eram conhecidos os protestantes franceses de meados do século XVI, de influência calvinista). com breves períodos de paz, estes conflitos armados significaram o culminar de um estado de ira e intolerância face à expansão das ideias da Reforma Protestante.
O Edicto de Saint-Germain (1570) concedeu aos protestantes a liberdade de celebrarem o culto nos subúrbios de pelo menos duas cidades por governança e de disporem de quatro praça-fortes, Cognac, La Charité, Montauban e La Rochelle, esta última tida como a capital francesa huguenote.
Contra a política do almirante Coligny (líder huguenote de Paris), que arrastava o rei Carlos IX para uma guerra com a Espanha, Catarina de Medicis (mãe do rei), juntamente com o partido católico, mandou assassinar o almirante e todos os huguenotes fixados em Paris, o que conduziu à matança de São Bartolomeu. E, mesmo tendo concedido, depois da Paz de Saint-German, a sua confiança a Coligny, o rei Carlos não se opôs ao seu assassínio.
Na noite de 23 para 24 de Agosto de 1572, três mil huguenotes, reunidos em Paris para celebrar o casamento de Margarida de Valois - irmã de Carlos IX - com Henrique III de Navarra, foram massacrados na noite festiva de São Bartolomeu. Este episódio - um dos mais significativos das Guerras da Religião - foi o sinal da quinta guerra civil, a qual acabou em 1576, com a Paz de Monsieur, permitindo a libertade de culto dos huguenotes fora de Paris.
In, Guerras da Reforma, QuidNovi, 2002
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